O ano de 2024 foi um dos mais movimentados desde que comecei a cobrir assuntos de segurança global para a BBC após os ataques de 11 de setembro de 2001.Red Tiger Gaming Fastbet
A queda repentina de Bashar al-Assad na Síria, soldados norte-coreanos lutando pela Rússia. Mísseis britânicos e americanos enviados à Ucrânia e disparados contra a Rússia, mísseis iranianos enviados à Rússia. Ataques aéreos israelenses apoiados pelos EUA no Líbano e em Gaza, mísseis iemenitas disparados contra Israel.
É uma rede complexa e confusa de conflitos que levanta a pergunta inevitável: os conflitos pelo mundo estão se tornando cada vez mais interconectados?
Disputas atuais trazem a pergunta inevitável: os conflitos pelo mundo estão se tornando cada vez mais interconectados?
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Vamos deixar uma coisa bem clara: esta não é a Terceira Guerra Mundial, embora Vladimir Putin goste de soltar essa ameaça para assustar países ocidentais e evitar que eles enviem armas mais poderosas para a Ucrânia.
Mas está claro que muitos dos conflitos em nosso planeta têm uma dimensão internacional, então como essas linhas de frente se juntam? Coelho da Sorte - Jogue Já - Jogue Fortune Rabbit Agora
Podemos começar com a guerra que está ocorrendo no leste da Europa, na Ucrânia, desde 24 de fevereiro de 2022, quando a Rússia lançou sua invasão em grande escala em uma tentativa fracassada de dominar o país inteiro.
Ucrânia vs. Rússia: a guerra à porta da Europa
Guerra na Ucrânia já estava internacionalizada muito antes da chegada das tropas norte-coreanas
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Relatos escabrosos na imprensa de que tropas norte-coreanas inexperientes, recém-chegadas ao campo de batalha, estariam "se empanturrando" de pornografia na internet, algo indisponível para elas em seu próprio país, fechado e eremita, não podem ofuscar o fato de que seu envolvimento nesta guerra é uma escalada séria.
Sério o suficiente para levar os Estados Unidos e outros países ocidentais a suspenderem sua proibição à Ucrânia de usar mísseis ocidentais de longo alcance para atacar alvos bem no interior da Rússia, provocando fúria no Kremlin.
A chegada de um contingente de soldados norte-coreanos do tamanho de uma divisão, que se acredita ser entre 10 e 12 mil, é uma má notícia para a Ucrânia, que já está lutando com escassez de militares.
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"Mesmo que eles não sejam os soldados mais fortes, 10 mil é bastante. São duas brigadas", diz Rustam Nugudin, um comandante ucraniano na linha de frente. "Imagine que foram necessárias apenas duas brigadas para expulsar os russos da região de Kharkiv."
Expressando uma reclamação compartilhada por muitos ucranianos, ele acrescenta: "Sim, nossos aliados ocidentais nos ajudam com algumas armas e treinamento, e somos muito gratos por isso, mas a dimensão disso é incomparável à assistência militar que a Rússia recebe do Irã e da Coreia do Norte. Deveria ser o contrário se você realmente quer nos ver, e a Europa, vencer."
Mas a Guerra da Ucrânia já estava internacionalizada muito antes de os norte-coreanos aparecerem. A Belarus, uma nação europeia teoricamente independente, mas agora quase completamente alinhada com Moscou, foi usada como base para atacar a Ucrânia.
Desde os meses iniciais após a invasão em 2022, o Irã tem fornecido à Rússia drones com pontas explosivas Shahed e, mais recentemente, foi acusado de enviar poderosos mísseis balísticos para a Rússia através do mar Cáspio.
Enquanto isso, o enorme apoio financeiro e militar dos EUA, da União Europeia e da Otan permitiu que a Ucrânia conseguisse barrar o exército russo, até agora.
"O que estamos vendo é um desequilíbrio fundamental de abordagens", diz o especialista em Ucrânia da BBC Vitali Chevtchenko. "Embora a política de cautela e contenção do Ocidente tenha imposto limitações ao que a Ucrânia pode fazer, Moscou parece despreocupada com a expansão do conflito e possivelmente até mesmo ansiosa para que isso aconteça."
Oriente Médio: Um tabuleiro de xadrez revirado
2024 foi o ano em que o governo de Israel fez tudo para 039;neutralizar039; seus inimigos
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A complexidade do Oriente Médio faz a Guerra da Ucrânia parecer simples de entender. Porque há vários conflitos nesta região, muitos em fúria ou adormecidos, e acontecendo ao mesmo tempo.
Mas, primeiro, uma ressalva importante. Ao contrário da impressão que frequentemente temos por meio da imprensa mundial, a maior parte do Oriente Médio não está em guerra.
A vida cotidiana em lugares como Dubai, Arábia Saudita e Egito continua normalmente. Mesmo em países que recentemente passaram por conflitos de alguma forma, como Iraque e Irã, a vida é em geral pacífica para a maioria das pessoas.
Síria: sob nova direção
Saída do presidente sírio Bashar al-Assad foi inesperada e rápida
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Quase ninguém previa, nem o agora ex-ditador da Síria Bashar al-Assad. Nem seus apoiadores em Teerã, Moscou e sul de Beirute. Nem, ao que parece, a estrutura de inteligência multibilionária dos EUA.
Em menos de 15 dias, uma coalizão de rebeldes islâmicos conhecida como Hayat Tahrir al-Sham (HTS), considerada uma organização terrorista por Nações Unidas, EUA, União Europeia e Reino Unido, conseguiu sair de sua base no noroeste da Síria e tomar cidade após cidade até conquistar o poder. Isso é muito mais do que apenas um evento restrito a um único país: tem várias consequências internacionais.
Um dos muitos efeitos do ataque liderado pelo Hamas ao sul de Israel em outubro de 2023 é que a reação israelense teve desdobramentos devastadores sobre os aliados do Irã na região.
Na última vez que os rebeldes da Síria pareciam ameaçar o regime de Assad, em 2015, o Irã, o Hezbollah e a Rússia o socorreram e expulsaram os rebeldes.
Não desta vez. A Rússia está ocupada lutando contra a Ucrânia, o Hezbollah foi dizimado por sua curta guerra com Israel e o Irã está fragilizado depois de ver a facilidade com que os aviões de guerra israelenses conseguiram penetrar em seu espaço aéreo.
O resultado final é que os aliados de Assad foram incapazes ou não quiseram ajudá-lo, enquanto a Turquia, que apoia os rebeldes, viu uma oportunidade de moldar o cenário a seu favor.
Gaza: conflito sem fim?
Várias tentativas de mediar um cessar-fogo entre Israel e o Hamas falharam
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Reuters via BBC
A situação em Gaza é nada menos que trágica.
O mais recente conflito no território palestino foi desencadeado pelo ataque liderado pelo Hamas (grupo considerado terrorista por muitos governos) no sul de Israel em 7 de outubro de 2023, no qual mais de 1.100 pessoas foram mortas e cerca de 250 levadas para Gaza como reféns.
Desde então, a guerra de Israel contra o Hamas resultou em mais de 45 mil palestinos mortos. São mortes principalmente de civis e, embora esse número venha do Ministério da Saúde administrado pelo Hamas, é amplamente endossado por organizações humanitárias independentes.
Israel diz ter afetado fortemente as capacidades militares do Hamas.
Hoje, 15 meses após o início desta guerra, grande parte de Gaza está em ruínas. De uma população de 2,4 milhões, mais de um milhão de pessoas foram deslocadas, muitas vezes em várias ocasiões. Muitos estão vivendo em condições miseráveis em tendas, atormentados por cobras, escorpiões e sarna no verão, e castigados pelo clima no inverno.
Inúmeras tentativas de mediar um cessar-fogo entre Israel e o Hamas falharam, apesar dos esforços de Qatar, Egito, EUA e outros.
Israel prometeu erradicar o Hamas como uma força militar. Embora vários homens e lideranças do grupo palestino tenham sido mortos, o conflito não acabou, e os devastadores ataques aéreos israelenses em áreas habitadas continuam.
Parece não haver um plano para o que aconteceria depois que o conflito acabar, nem quem governaria a Faixa de Gaza após mais de 18 anos do Hamas no poder. De muitas maneiras, Gaza é a fonte de outros conflitos na região, levando a conflitos entre Israel e Líbano, Iêmen, Irã e Síria.
Irã e seus aliados
Em outubro de 2023, o Hezbollah começou a lançar foguetes e drones contra o norte de Israel
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Getty Images via BBC
O Irã apoia uma série de milícias ao redor do Oriente Médio, dando-lhes dinheiro, armas e treinamento por meio de sua Força Quds, um braço do Corpo da Guarda Revolucionária do Irã. Todas são declaradamente hostis a Israel e coletivamente conhecidas pelo Irã como o "Eixo da Resistência".
No Líbano, há anos, a força militar mais forte não é o Exército nacional, nem as forças de paz da ONU baseadas no sul. É o Hezbollah, um grupo armado pelo Irã com mísseis e foguetes. Em 8 de outubro de 2023, o Hezbollah começou a lançar foguetes e drones contra o norte de Israel em solidariedade, segundo disse, aos seus irmãos em Gaza.
Em setembro de 2024, Israel mudou seus objetivos de guerra para incluir a meta de tirar o Hezbollah das proximidades de sua fronteira, visando fazer com que mais de 60 mil israelenses pudessem retornar para suas casas no norte.
Israel então desferiu uma série de golpes devastadores contra o Hezbollah, assassinando seu líder de longa data, explodindo seus aparelhos de comunicação e destruindo toneladas de seu armamento. Milhares de pessoas foram mortas na curta guerra Israel-Líbano que precedeu um cessar-fogo no final de novembro.
Israel está em guerra com o Hamas em Gaza, combateu o Hezbollah no Líbano e disparou mísseis contra, e foi atacado por Irã, Iêmen, Síria e Iraque.
Os EUA continuaram fornecendo a Israel uma quantidade colossal de ajuda militar, tanto defensiva quanto ofensiva, apesar da morte de tantos palestinos em Gaza e de críticas internacionais. Isso torna os EUA, e por extensão o Ocidente em geral, impopulares no mundo árabe e aumenta o risco de recrutamento por grupos radicais como o Estado Islâmico e a Al-Qaeda. Para muitas autoridades de segurança ocidentais, isso aumenta o risco de terrorismo transnacional.
O chamado "Eixo da Resistência" do Irã foi enfraquecido pelos ataques israelenses este ano, mas não está quebrado. O Irã, além de apoiar seus aliados na região, tem enviado mísseis para a Rússia para serem usados contra a Ucrânia.
Há relatos de que, em troca, o conhecimento de satélites dos russos está sendo passado para os houthis no Iêmen, via Irã, para ajudá-los a atacar navios ocidentais que passam do oceano Índico para o mar Vermelho.
África: o novo quintal de Moscou
Rússia tem um grande aliado na Líbia, Khalifa Haftar
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Reuters via BBC
A Rússia pode ter perdido seu principal aliado no Mediterrâneo, a Síria, mas ainda tem um grande parceiro na região: o poderoso militar Khalifa Haftar, na Líbia. Aviões de carga da força aérea russa foram vistos recentemente voando para pistas de pouso da Líbia, tanto na costa quanto no interior, em um lugar chamado Brak.
Moscou claramente vê a Líbia como um trampolim para projetar seu alcance no Mediterrâneo e também como um posto de parada para suas atividades mercenárias mais ao sul no Sudão e na região do Sahel.
O grupo mercenário russo anteriormente conhecido como Wagner e agora renomeado como "Afrika Korps" suplantou com sucesso as forças francesas e outras forças ocidentais nas nações do Sahel e nas antigas colônias francesas de Mali, Burkina Fasso, Níger e República Centro-Africana.
Isso significa que a Rússia efetivamente herdou o problema do Estado Islâmico nesses países, mas, enquanto isso, está enriquecendo com negócios lucrativos que envolvem a mineração e outras atividades.
A Ucrânia pareceu recentemente tomar um rumo errado nessa região ao permitir, em julho, um grande ataque às forças do governo malinês e seus mentores russos. As Forças Especiais Ucranianas supostamente forneceram drones e treinamento aos rebeldes tuaregues, o que resultou em uma emboscada, matando 84 mercenários russos e 47 soldados malinenses.
Kiev está claramente tentando "levar a luta ao inimigo", mas se eles foram responsáveis por fornecer os drones, esse movimento é amplamente visto como tendo saído pela culatra. A Ucrânia negou envolvimento.
Tensão na Península Coreana
Aproximação da Coreia do Norte e da Rússia está assustando a Coreia do Sul
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Reuters via BBC
A Coreia do Sul está preocupada. Não existe almoço grátis, diz o ditado, e Seul agora está se perguntando o que Pyongyang receberá de Moscou em troca do envio de todos aqueles milhares de soldados norte-coreanos para o esforço de guerra da Rússia na Ucrânia.
Será tecnologia de mísseis? Conhecimento nuclear? Assistência submarina ou por satélite?
Até agora, a Coreia do Sul evitou cuidadosamente enviar qualquer kit militar diretamente para a Ucrânia —enviando-os para os EUA, o que depois segue para a Ucrânia.
Mas a Coreia do Sul, que tem uma base industrial militar avançada, agora está considerando enviar equipamentos diretamente para Kiev.
Tudo isso aumenta as tensões já febris na Península Coreana, onde um Estado paranoico com armas nucleares (o Norte) enfrenta seu vizinho democrático pró-Ocidente (o Sul). Os dois países nunca encerraram oficialmente sua guerra, ela parou com um armistício em 1953.
Taiwan e China: 'Quando', e não 'se'
Taiwan não quer ser governado pelo Partido Comunista Chinês
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Ritchie B. Tongo/EPA-EFE/REX/Shutterstock via BBC
Este ainda não é um conflito, mas é um enorme ponto crítico. Enquanto o Ocidente passou os primeiros 20 anos deste século preocupado em combater insurgências no Iraque e no Afeganistão, a China colonizou silenciosamente pontos estratégicos em águas internacionais no mar do Sul da China e os reivindicou para si.
Desde então, sua guarda costeira entrou frequentemente em choque com embarcações filipinas, afirmando que elas estariam invadindo o território chinês, apesar dessas estarem apenas fora da fronteira marítima das Filipinas e longe do litoral da China.
Mas a grande preocupação é Taiwan. Pequim prometeu várias vezes devolver essa democracia autônoma ao continente, embora nunca tenha sido governada por Pequim em qualquer momento desde que os comunistas chegaram ao poder e que a República Popular da China surgiu em 1949.
Xi Jinping disse publicamente que isso será alcançado, "pela força, se necessário", antes do centenário do Partido Comunista Chinês (PCC) em 2049.
Taiwan não quer ser governada pelo Partido Comunista Chinês e votou em um presidente pró-democracia e anti-Pequim, William Lai.A elite política em Pequim o detesta e o acusa de buscar a independência de Taiwan, o que é uma linha vermelha para a China.
A grande questão é: se a China invadir, ou mais provavelmente bloquear Taiwan, os EUA virão em sua defesa comprometendo suas próprias forças? Um presidente Trump em segundo mandato na Casa Branca verá isso como um desafio aos interesses vitais dos EUA no Pacífico? Ou abandonará Taiwan ao seu próprio destino?
A situação tem potencial para um conflito verdadeiramente catastrófico com consequências econômicas globais que ofuscariam a invasão em larga escala da Ucrânia pela Rússia.
A fotografia de 2024
Este foi o ano em que o equilíbrio de poder no Oriente Médio mudou drasticamente, a favor de Israel e em desvantagem para o Irã. O governo de Israel decidiu claramente fazer de tudo para neutralizar seus inimigos, estejam eles em Gaza, Líbano, Iêmen ou Síria.
Linhas vermelhas anteriormente respeitadas, tanto pelo Irã quanto por Israel, agora foram cruzadas, com os dois lados trocando mísseis em ataques diretos um contra o outro pela primeira vez.
A Guerra da Ucrânia se mostrou quase certamente invencível, pelo menos para a Ucrânia. A Rússia aumentou sua máquina industrial de defesa a ponto de agora poder dominar parcialmente as defesas aéreas da Ucrânia e suas linhas de frente, mas não tanto a ponto de tomar o país inteiro.
No entanto, a posição da Ucrânia agora parece mais fraca do que em qualquer outro momento desde os primeiros meses da invasão. A guerra se tornou cada vez mais internacionalizada, com tropas norte-coreanas chegando para lutar ao lado da Rússia e o Ocidente dando sinal verde para a Ucrânia disparar seus mísseis de longo alcance contra a Rússia.
A Suécia agora se juntou à Otan, o que significa que oito países da organização agora beiram o mar Báltico, onde a Rússia mantém dois pontos de apoio estratégicos, em São Petersburgo e Kaliningrado.
Houve vários incidentes da chamada "guerra híbrida" no Báltico, onde a Rússia é suspeita de danificar propositalmente cabos de comunicação submarinos.
O que vem em seguida?
Há especulações generalizadas de que Donald Trump pode trabalhar com Israel para atacar o programa nuclear do Irã
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Reuters via BBC
Provavelmente haverá um esforço concentrado do novo governo Trump para forçar um acordo de paz na Ucrânia. Isso pode muito bem tropeçar no primeiro obstáculo. Putin já deixou seus termos claros e eles equivalem a uma rendição de Kiev, então muito provavelmente seriam inaceitáveis lá, mesmo para a exausta população da Ucrânia.
Mas se Trump fechar a torneira do abastecimento de armas, a Europa não poderá compensar o déficit, deixando a Ucrânia mais fraca e ainda mais propensa a ataques russos no ar e no solo. Algum tipo de acordo de cessar-fogo confuso pode ser a menos dolorosa de todas as opções para a Ucrânia, mesmo que o país não confie na palavra de Putin.
O Oriente Médio ainda está em situação indefinida. Irã e Israel têm negócios inacabados, mas Teerã está bem ciente de suas próprias fraquezas e da postura cada vez mais agressiva de Israel na região. Não seria necessária muita provocação para desencadear uma nova rodada de ataques aéreos israelenses ao Irã.
Já há especulações generalizadas de que Donald Trump, que autorizou o assassinato do Comandante da Força Quds da Guarda Revolucionária Iraniana em 2020, pode trabalhar com Israel para atacar o programa nuclear do Irã.
A Síria pode seguir qualquer caminho. Pode se estabelecer como uma nação bem-sucedida e pluralista, contrariando a tendência de outras revoluções na região. Ou pode cair em lutas internas entre facções. O Ocidente continuará lutando para impedir a Turquia de atacar os curdos sírios, o principal aliado do Ocidente contra o Estado Islâmico.
Apesar da coalizão global contra o EI reduzir seu componente militar no Oriente Médio, o EI-KP (Província de Khorasan do Estado Islâmico) mostrou o quão perigosos eles são com o ataque ao Crocus Hall em Moscou, em março de 2024, que matou 145 pessoas.
As agências de inteligência ocidental acreditam que o EI continuará tentando capitalizar a raiva sobre Gaza e recrutar voluntários para ataques na Europa, incluindo o Reino Unido.
Haverá mais pressão de todos os lados por um acordo de paz substancial em Gaza que leve os reféns israelenses para casa e acabe com a ofensiva israelense naquele território maltratado. Mas Israel está relutante em se retirar completamente do território enquanto o Hamas, que mantém os reféns, sempre insistiu que isso tem que acontecer.
Há rumores de uma grande barganha que vê a Arábia Saudita finalmente reconhecer o Estado de Israel em troca de um acordo de segurança vinculativo com Washington. Mas os sauditas deixaram claro que isso só pode acontecer se houver um "caminho claro e irrevogável para um Estado palestino independente".
Isso é algo a que o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, opõe-se veementemente, e a tomada de terras palestinas por colonos israelenses continua a todo vapor. Com Trump na Casa Branca, é provável que se intensifique.
A volta do republicano ao cenário internacional é uma das razões pelas quais 2025 não pode ser menos agitado do que 2024.
Este texto foi originalmente publicado aqui.
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